Papéis sem florais!

Das cavernas do beco mais fundo,

Alma tragada, vez pela vez, compasso,

Raízes mal fincadas, arrebentação no ar,

Gotas que a garoa espelha pela noite,

Um som de gaita ressoa lívido em forma de jazz,

Cai uma gota de sangue pelo chão, lágrima,

Um corte desavisado de outrem, parelhas,

Toda música que toca mais fundo o coração,

Sobras a& restos marcados na madrugada

Todas as esperas do dia, outras correrias,

Não, nada fica para lamentar agora, nada mesmo,

Tal os confins dessas cavernas, água da sobra,

Pousa sobre a fresta um olhar perdido & triste,

Fez pela sorte, sem merecer tamanhas incertezas,

Daquilo que se pede, por tudo que se perde,

Luz difusa sobre os olhos marejados, signos caídos,

Rola pelos cantos das gavetas, papéis passados,

Velhas moedas para o tempo ainda vir cobrar,

O subdivide, mal se arruma, fugas noutras correntes,

Desarruma com dores, personagens em aparição,

Filigranas acústicos lavados em pés de barro,

Daquilo que limpa o canto, sem ter mais o que contar,

Passa-se o dia, corre a noite, a solidão a esperar,

Voa na miserável hipocrisia de todas as centelhas,

Que a falta de vontade sempre traz, outras desculpas,

Depois, quem sabe, talvez depois, amanhã... Será?

O enredo entra pela caverna sem saída & mapa,

Sem valer outro níquel, faltam moedas ao barqueiro,

Então vire as costas, vaza em outra freguesia,

Passa batida, sem passar, sem tocar, sem falar,

Outro cigarro subindo até o fogo, dedos trancados,

Os olhos que vêem, lambe com a testa, falta festa,

Acordes espicaçados, dedos doloridos de ontem,

Outras sombras cruzando, mais aparições indigestas,

Falta mais uma dose para cair!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 27/04/2007
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