SABEDORIA DA MONTANHA
Caminhante que vagueia pela estrada
Tortuosa por sobre essa montanha
Me diz onde queres chegar?
Quero chegar ao alto
E contemplar a estrada percorrida
O caminho feito
A subida usurpada.
Para que ó caminheiro
Tanto esforço ao intenso sol
Para chegares tão alto?
Quero olhar para o chão
Contemplar nossa pequenez
E me admirar do mundo
Tão grande
E o horizonte maior que meus sonhos.
Mas precisas mesmo ó vagante
Às nuvens alcançar
Para te veres acima de tudo?
Não estou acima ó vento suave
Apenas miro a vida que continua
Lá embaixo
Para onde volto após entender
Que o mundo é maior
Do que eu mesmo.
Vou soprar mais suave então ó peregrino
Conquistador do alto para ver a miudez
Do homem dentro da vida
E afrescar seu caminho.
Agradecido me rendo a ti amigo
Tornas suave minha descoberta
De que somos um, tu e eu
E esta imensidão toda
Que já vislumbro antes do topo
Reverenciado céu e terra
Ampla e fecunda
Como o ventre materno
Da grande mãe que nos gerou
Pra perceber que sou um homem
Pequeno e frágil
Forte em mim
Mas ligado ao tudo, ao interminável
Horizonte sem fim.