Florais Abstratos!

Já passou o medo da chuva, anda de lado,

Medos abstratos das horas confusas, insônias,

Daquilo que perpassa feito cascatas, domínios,

Já passou o medo da esquina, tempo cruzado,

Medos de tantos demônios incautos, fugas,

Da parte que mal abre a boca, só aos domingos,

Tudo vira uma média sem lá muita ponderação,

Castragens, isso pode, aquilo não, também não...

Já passou o medo, tempo passado no alento,

Receios frisados com tantos trancos atados,

Da mania de perseguição que o mundo impõe,

Trejeitos sobrepostos, expias & fantasmas,

Cada conta paga na raspa do tacho, aguda,

Deixe maldizer a vontade, objetos estranhos,

Ninguém quer saber de cuidar do Jardim,

Já passou o medo de tudo perder, são coisas perdidas,

Agora se dá conta daquilo que ainda vai ganhar,

Ficaram apenas sobras, solidão & algumas queixas,

Se é para se ter uma nova caneca, que seja assim,

Mesmo que o vinho demore, são apenas paredes,

O olhar quer flutuar na imensidão da noite,

Sem ter que arrumar respostas & respostas,

A esquina, o poste, um banco, folhas em branco,

Se tudo for por terra, sobra ainda paixão!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 27/04/2007
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