Florais Abstratos!
Já passou o medo da chuva, anda de lado,
Medos abstratos das horas confusas, insônias,
Daquilo que perpassa feito cascatas, domínios,
Já passou o medo da esquina, tempo cruzado,
Medos de tantos demônios incautos, fugas,
Da parte que mal abre a boca, só aos domingos,
Tudo vira uma média sem lá muita ponderação,
Castragens, isso pode, aquilo não, também não...
Já passou o medo, tempo passado no alento,
Receios frisados com tantos trancos atados,
Da mania de perseguição que o mundo impõe,
Trejeitos sobrepostos, expias & fantasmas,
Cada conta paga na raspa do tacho, aguda,
Deixe maldizer a vontade, objetos estranhos,
Ninguém quer saber de cuidar do Jardim,
Já passou o medo de tudo perder, são coisas perdidas,
Agora se dá conta daquilo que ainda vai ganhar,
Ficaram apenas sobras, solidão & algumas queixas,
Se é para se ter uma nova caneca, que seja assim,
Mesmo que o vinho demore, são apenas paredes,
O olhar quer flutuar na imensidão da noite,
Sem ter que arrumar respostas & respostas,
A esquina, o poste, um banco, folhas em branco,
Se tudo for por terra, sobra ainda paixão!
Peixão89