Republicação para matar as saudades da primeira Escrivaninha

HAVEREI DE COMPOR UM VERSO QUE FIRA

Haverei ainda de compor

Um verso que fira

E aprofunde o ferimento de tal sorte

Que tenha gosto de morte

E lágrimas de olhos in extremis

Haverei ainda de fazer uma estrofe

Que tenha uma voz

Dessas que retinem

E estilhaçam cristais

Um poema em chagas

Pingando sangue pela estrada

Haverei de fazer um verso grandiloquente

Um verso que queime teus lábios

De tão quente

Haverei de fazer um poema de tanta paixão

Quase doente

Que faça sofrer a toda gente

Então, abra a camisa

mostre o peito

que um verso atirarei

uma flecha tão ligeira

tão certeira

feito palavra de rei

TÂNIAMENESES

Enviado por TÂNIAMENESES em 07/08/2010

Reeditado em 25/01/2013

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A PARTE QUE ESTÁ SÓ

Se eu fosse outra

Isto seria ruim

Pois ninguém quero ser

Diferente de mim

Se eu fosse você

Nem sei que gosto teria

Se diferente do que sou

Fugiria a poesia

Os versos debandariam

A vida, um buraco negro

Entre o ser e o desespero

Na garganta um nó

Restaria insolúvel conflito

De mim

Sem mim

Só as cinzas da fantasia

Inverso o seria

Se de mim fizesse parte

A parte que está só

TÂNIAMENESES

Enviado por TÂNIAMENESES em 31/07/2010

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