O AUTÓGRAFO
Ó amado receptor!
Nós, os fazedores de sonhos,
estamos condenados à palavra,
tanto no verso quanto na prosa.
Este é o fetiche da confraternidade
e o tempo presente cochicha aos ouvidos.
Insistamos em nossos objetivos.
Olhos ávidos, bem abertos ouvidos,
o futuro dirá do que vai ficar...
Um dia, quando o espiritual
for essência, estaremos ali: de pé,
suíte de sombras e palavra.
Mesmo assim, à socapa,
sumo de humor carrancudo,
óculos escuros, luvas
e capa de chuva...
Agora, abriu-se-me
a porta da releitura:
não seria o Sherlock Holmes
com sua indefectível lente
a procurar um ávido leitor?
– Do livro O CAPITAL DAS HORAS, 2013/14.
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/4654609