VERSOS DE AMOR
Tu não regressas
E como um outono despedaçado
A minha vida engessa
Tento te enxergar quando cerro os olhos
São momentos lúdicos na minha imaginação louca
Sinto teu movimento sutil como uma estrela no céu da minha boca
Tu não regressas
Daqui pra frente a minha vida é dispersa
Volta o filme em vice-versa
Prometestes-me a uva e o vinho da eternidade
Juntos estavam nossos corações colados
E agora vivo dentro de ti amargando minha insanidade
Tu não regressas então eu parto enfim
Tudo é escuridão recebo o beijo da morte então por dentro congelo
Quando me procurares já não estará meu eu dentro de mim...
Meu vulto
Teu espelho
De lembranças embaçou
Se regressares sentirás ainda o odor de meu hálito entorpecido
A tua respiração chega-me em ondas espirituais pelas correntes áuricas
De um amargo vinho travoso que eriges junto a amante predestinada
Devolva as flores de ouro da minha primavera dos tempos esquecidos
Que murcharam para muito além do olhar de teu domínio minha amada
Sem a qual a vida sem sua outra vida não é nada...