O SERTÃO E O CAMPESINO
No meu rude poetar
Gosto sempre de cantar
Sobre o meu sertão querido
Cenário que o campesino
Trabalha desde menino
E morre sempre esquecido
No sertão toquei viola
Lá doutrinei minha escola
Pro sertanejo sedento
Pra família campesina
Eu preguei minha doutrina
E cantei seu sofrimento
Eu canto o sertão pacato
Onde o sertanejo grato
Cultiva a terra adorada
E vive tranquilamente
Doutrinando a sua gente
No velho cabo da enxada
O sertão nunca desmente
O sertanejo carente
Sempre lida co’a verdade
Tudo quanto ele produz
Tem a marca de Jesus
E a força da eternidade
No seu labutar amigo
Ele traz sempre consigo
A luz da clarividência
Como uma figura humilde
Ele ataca desumilde
Que rouba nossa existência
Distante do citadino
O caboclo campesino
Vive longe de quizília
Imprecando em seu labor
Sinceridade e amor
Pra sua nobre família
O nosso bom camponês
Sempre louva a placidez
Do seu casebre invulgar
E como bom cidadão
Respeita de coração
Nosso sertão popular
O campesino mantém
Felicidade também
No seu pacato ambiente
Num clima de gratidão
Ele busca a mansidão
Pra sua querida gente
O meu sertão não destrona
Nem o sertanejo é cafona
Como muita gente pensa
Esse sujeito caipira
É sempre quem mais inspira
Nossa verdadeira crença
Nestes versos genuínos
Cantei sobre os campesinos
Gente amiga do sertão
Sertão berço da viola
Que consagrou nossa escola
Como bela tradição
Eu cantei com muito tento
O velho sertão sedento
Terra humilde e quase pêca
Reduto que a fome ingrata
Ao sertanejo maltrata
Em todo tempo de seca