VARREDURA
Estou tentando sair do meu mundinho acanhado,
muito tempo embalado
pela comodidade oferecida.
Estou desfazendo-me de tudo que não é útil mais,
limpando gavetas, desocupando armários,
espanando teias que o tempo teceu.
Faço varredura severa no tudo que juntei
doo tudo que muito tempo guardei
nos recantos escondidos da alma,
como se tudo fizesse parte de mim.
e confesso que machuca e doi.
Assim, parte do meu passado vai
para mãos que não conheço demais
e a outra segue
para o lixo ambiental, literalmente!
Tento, então, limpar, desafogar, energizar
espaços antes abarrotados,
que lembram fatos do passado
e que quero apagar em mim!
Agora, a leveza se instala e sopra amena,
no externo e no interno do meu ninho
e no dentro do meu escaninho,
deixando-me respirar saudavelmente!