AUTO (IN)DEFINIÇÃO
O fato de auto definir-me fielmente,
confesso que nem a mente me vem.
Eu não ajo da mesma forma sempre,
justamente por ter sempre um porém.
Vou seguindo eu, me surpreendendo,
com as várias lições que a vida tem.
E a cada dia que vejo que aprendo,
eu percebo que desaprendo também.
As barreiras do meu tempo eu rompo.
Não sou, se sou, se fui, era, enfim...
E nesses encontros e desencontros
é que vem a nascer o básico de mim.
Eu pego nas mãos para sentir o calor.
Peço abraços para sentir-me protegida.
Também abraço para confortar uma dor.
Mas nem sempre é assim e fico sozinha.
Olhar dentro dos olhos é uma prioridade.
Para ver a beleza de uma alma que ama.
Zelo e cultivo as verdadeiras amizades.
Essas que sempre nos trazem esperança.
Gargalhar é meu forte, e é muito bom.
Mas, chorar também para aliviar a dor.
Nesta vida eu almejo o maior dos dons.
O sobremodo e o excelente, o do amor.
Os formalismos por mim passam longe.
A educação adquiri e sou admiradora.
Tento não ter orgulho e fazer pontes.
Se não consigo eu machuco pessoas.
Egoísta vou sendo que nem percebo.
Em contrapartida, eu doo e fico sem.
Eu, atuante de extremos sem receios.
Não esqueci, pois sou o meio também.
Admiradora das coisas simples da vida;
E só uma delas é apreciar a natureza.
Mas, o que é fácil o meu ser complica.
Nem ligo, pois sei que não sou perfeita.
Tudo isso, um pouco disso e nada sou.
Sou uma prosa, um verso, uma canção.
Sou uma vida que o grande Poeta gerou.
Gerada por um amor que não foi em vão.