Pérolas são... meras pérolas?
Hoje, por puro dever de ofício, por solidariedade
Aos tantos outros poucos homens que, como eu,
Possuem o que se chama sacra espiritualidade,
E que ora exponho em versos para todos os meus,
E que aprendi neste longo caminhar, com Ina.
E a deusa lunar no Taiti, que encarna a sedução,
Ensinou-me as palavras mágicas que se imagina,
Deve ter antes de tocá-las, embevecido pela emoção:
A homens que desejem o amor e paixão de uma mulher,
elas são o mais perfeito presente aos olhos femininos,
Que então lhe dê pérolas, quando a este mundo vier,
e quando sangre pela primeira vez, em seu destino,
e também quando seus líquidos vaginais abundem,
e, afinal, quando seus cabelos tomem a cor da lua,
o que fará com que por todo o sempre o amem.
E que, acima de tudo e de todos, ela sempre seja sua.
Mulheres guardam pérolas com a mesma sacralidade
Com que protegem a fonte de seus líquidos vaginais,
E nas noites em que o oceano geme em sua teatralidade
e os lobos uivam, elas, em práticas míticas sacerdotais,
expõem as pérolas aos raios da lua, diante do espelho,
enroscando-as no colo, afagando nas conchas das mãos,
revelando os mais inconfessáveis segredos, em artelhos,
confidenciando seu amor, seu temor, sua incontida paixão.
Pérolas são as mais autênticas filhas do mar e da lua,
E quando quiseres ultrapassar os portões de Afrodite,
Em reverência a esta fêmea que, sem dúvida, será tua,
Dê pérolas à mulher amada, por menos que acredite.
Este eficaz sortilégio da verdadeira fêmea que ela é,
Fará que sussurres as obscenidades sagradas do sexo
A seu ouvido, que por toda a noite se mantenha de pé,
Que a lua do deserto deite com o vento, em um amplexo.
Contudo, advirto, não lhe dê pérolas negras, jamais,
Pois, sem dúvida, é o mais poderoso objeto de desejo,
E ora revelo o maior dos segredos contidos nos anais,
Por elas, as mulheres, preservado com todo o ensejo:
Cada vez que presenteamos com pérola negra à amada,
Nem de sombra desconfiamos que a chave que entregamos
É a dos cadeados que manterão presos, enquanto amamos,
Prisioneiros eternos, por todo sempre, de uma ostra sagrada.
Hoje, por puro dever de ofício, por solidariedade
Aos tantos outros poucos homens que, como eu,
Possuem o que se chama sacra espiritualidade,
E que ora exponho em versos para todos os meus,
E que aprendi neste longo caminhar, com Ina.
E a deusa lunar no Taiti, que encarna a sedução,
Ensinou-me as palavras mágicas que se imagina,
Deve ter antes de tocá-las, embevecido pela emoção:
A homens que desejem o amor e paixão de uma mulher,
elas são o mais perfeito presente aos olhos femininos,
Que então lhe dê pérolas, quando a este mundo vier,
e quando sangre pela primeira vez, em seu destino,
e também quando seus líquidos vaginais abundem,
e, afinal, quando seus cabelos tomem a cor da lua,
o que fará com que por todo o sempre o amem.
E que, acima de tudo e de todos, ela sempre seja sua.
Mulheres guardam pérolas com a mesma sacralidade
Com que protegem a fonte de seus líquidos vaginais,
E nas noites em que o oceano geme em sua teatralidade
e os lobos uivam, elas, em práticas míticas sacerdotais,
expõem as pérolas aos raios da lua, diante do espelho,
enroscando-as no colo, afagando nas conchas das mãos,
revelando os mais inconfessáveis segredos, em artelhos,
confidenciando seu amor, seu temor, sua incontida paixão.
Pérolas são as mais autênticas filhas do mar e da lua,
E quando quiseres ultrapassar os portões de Afrodite,
Em reverência a esta fêmea que, sem dúvida, será tua,
Dê pérolas à mulher amada, por menos que acredite.
Este eficaz sortilégio da verdadeira fêmea que ela é,
Fará que sussurres as obscenidades sagradas do sexo
A seu ouvido, que por toda a noite se mantenha de pé,
Que a lua do deserto deite com o vento, em um amplexo.
Contudo, advirto, não lhe dê pérolas negras, jamais,
Pois, sem dúvida, é o mais poderoso objeto de desejo,
E ora revelo o maior dos segredos contidos nos anais,
Por elas, as mulheres, preservado com todo o ensejo:
Cada vez que presenteamos com pérola negra à amada,
Nem de sombra desconfiamos que a chave que entregamos
É a dos cadeados que manterão presos, enquanto amamos,
Prisioneiros eternos, por todo sempre, de uma ostra sagrada.