REFLEXO DE VERDADE
Ela mia
como gato
no anteparo da janela
vidro arranhado
vontade de cair
chão meu
pesado delírio
lírio ainda
plantado na água
reza pesar de vida
partida desolada
porque nem tanto
porque quer
mais um tanto
daquele canto
assoviado quietinho
no ouvido
pra ela não dormir
ficar dividida
querida por alguém
desta partida
abismada
relógio quebrado
jogado parede
retocada
lembra rumor
de outros
loucura em poucos
andares acima
escada invadida
conversas doídas
não possam mesmo
estar dentro
do altar
onde celebram o fim
parada esquecida
num mato crescido
onde buscavam
entre outras coisas
amarguras
perdidas
pra esquecer
andar acima
não é quadro
que se pinta
sem antes
saber qual a tinta
que tem o mesmo
poder.