SE JUNTOS NÃO PODEMOS

Antigamente

tudo que

ela sentia

fazia um bem maior

nem de perto

quanto muito

de longe

sentidos tocados

pela áurea deliciosa

cabelos soltos

pra deixar ser

mais leve

do que és

mulher hoje

confessa o que quer

me quer como ator

corpo embriagado

das vontades

esquecidas

transformadas

sempre destruídas

morrerei de amor

numa cela

onde ela

me dará comida

manter meus dias

num dormente

faltante dos trilhos

trem que se aproxima

posso dormir

numa vantagem

mantida

pra que o sol

entre nuvens

nasça em outra

manhã

prefiria então

a verdade

do tempo agora

também de outrora

se a aurora vier

me dar

sua chave

prefiro não abrir

se acaso sorrir

dos passos

herdados

pegadas distorcidas

tabuleiro sem matriz

onde quer que eu

seja este feliz

estarei mentindo

numa verdade

que nunca quiz.