QUANDO A MEMÓRIA VIVE

Som de mar

parece brisa

entra janela

adentro

vento entre cortinas

costuras estreitas

deitado

pés erguidos

quase esquecido

de roupas

sinto-me distante

do lugar

fuga repentina

das idéias que tive

você ainda vive

é o que posso dizer

aonde estive

porque mantive

caso encerrado

arquivado

folhas antigas

amareladas

tempo que fala

solto

em aroma

por todo lugar

sentimento vulgar

mapeia solidão

ela vagou

de minha sombra

pra outros carinhos

não ando adiante

neste instante

fraquejo andante

todo fascínio

caminha colante

das vistas gravadas

por isso me entrego

cego destas visões

num porão

enfeitado de sala.