Pelas frestas
Quando te surpreendo me olhando por detrás da janela
Sequestrando os meus olhos por entre as frestas
Não nego que o meu coração faz tanta festa e acelera por ti.
Olha moça! Que aqui ninguém nos ouça
Mas, há tanto perigo nesse teu olhar...
E se o amor se anuncia proibido
É assim maravilhoso esse despertar.
Às vezes digo que não, que é só impressão
Um ocioso a imaginar mentiras, tão pretensioso.
Afinal, nunca houveras me visto senão como amigo.
Não importa o que digo; o que dizem, ou se é permitido
O olhar reprimido que diriges ao chão denuncia
Um coração que apesar dos pesares se arregala por mim.
Às vezes digo que não, que é só atração
Que passa; que passará quando outras saias virem rodar
Certamente, outros lábios de ternura existirão por ai.
Mas, se falo isso, falo ao vento, nem arranha o sentimento
O olhar ansioso que procura por ti na janela revela
Um coração que apesar dos pesares se desmancha por ti.