[Eu - o verso de um só: Recorrência ]

Eu, o recorrente,

eu, um ninguém, um nada,

dou guarida a este ladrão do Tempo

que vive acoitado em mim...

A esta hora da manhã, eu sou Sísifo...

estou lá no fundo vale dos sonhos

aprestando-me para empurrar

aquela rocha até o topo da montanha...

E então, com este pensamento,

eu tenho de relembrar o que escrevi há tempos:

[O guardião de uma coisa

é também o seu mais hábil larápio, diz Platão...

E por isto, roubamos o Tempo de nós mesmos?!].

________

É impossível lutar contra este fato simples:

hoje é apenas mais um hoje à-toa,

apenas mais um dia para o ralo...

_________________________

[Desterro, 14 de janeiro de 2014]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 14/01/2014
Reeditado em 15/01/2014
Código do texto: T4649391
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.