FAMINTO SEM LAR

Quem começa

provoca

perfume lança

nos pés

ela ainda

dança

caminhando

me leva solto

num vento

feito folha verde

arrancada

do lugar

caia sobre

este pecado

quero ver

consumado

embrazado

que aquece por demais

toda solidão

me usa violentado

pra não ter

como cometer

suícidio

de vê-la

toca-la

senti-la

magia me transporte

numa gota

sobre pálpebra

quero ver

das visões dela

se deseja me

como ela

desejo

ainda em sonhos

derrete-la

numa essência

guardada

pra lamentar

porque ainda ando sozinho

desde um tempo

anoitecido

único prazer

foi encostar

em mãos

pra dizer ofender

emoção

sobre razão

de um adeus.