Ainda estou acordado
Uma miragem a luzir por um momento
Enquanto me reflito
Topázio chuva sem chão
Sem mim
Vento algum
Solidão
Da tarde que decola
Movem-se vozes mudas
Sobre o escuro declínio do sol
Livre para queimar
Mais que brasas de cigarros pulsando
E os faróis dos carros
E das motos
No quarto parto para dentro de mim
E não consigo me esconder
Mais o sonho é cheio de fulgor
E quase não tenho nenhum descanso
Reviro-me
Ainda estou acordado.