MÉDICOS ADOENTADOS

Os poetas vivem do ócio,

Da dor, inspiração, tuberculose.

De qualquer paixão e psicose,

Amargurados de casca dócil.

Alento pra várias dores

Interpretando nossa agonia,

Transferem pra letra fria

Amenizando grandes horrores.

Em valsa ou simples fatos

Endeusam suas amadas.

Em claro, nas madrugadas

Sonham o próximo ato.

Parece que sabem de tudo

Mesmo não entendendo nada.

Consolam triste jornada,

Terapeutas mais que mudos.

Tarcízio
Enviado por Tarcízio em 13/01/2014
Código do texto: T4648052
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