MÉDICOS ADOENTADOS
Os poetas vivem do ócio,
Da dor, inspiração, tuberculose.
De qualquer paixão e psicose,
Amargurados de casca dócil.
Alento pra várias dores
Interpretando nossa agonia,
Transferem pra letra fria
Amenizando grandes horrores.
Em valsa ou simples fatos
Endeusam suas amadas.
Em claro, nas madrugadas
Sonham o próximo ato.
Parece que sabem de tudo
Mesmo não entendendo nada.
Consolam triste jornada,
Terapeutas mais que mudos.