VERSOS AOS PROFESSORES E ALUNOS
Eu vejo na escola pública
Tremenda contradição
O discente sem capricho
O professor sem visão
Ensinando mil tolices
Sem nenhuma perfeição
Um desacerto tremendo
No tal recinto escolar
O discente não quer ler
O mestre fica a falar
Ambos terminam brigando
Numa linguagem vulgar
Nesse recinto macabro
Eu não vejo nada bom
O aluno chega calado
Ou responde em alto tom
O professor ensinando
Sem cultura e pouco dom
Nesse recinto grotesco
Predomina a violência
O professor sem cultura
Exibindo sapiência
Enquanto o péssimo aluno
Descamba pra delinqüência
Nesse local de requinte
Cultura não tem valor
O discente não lê nada
Nem também o professor
Ali não se fala em arte
Menos num bom escritor
Machado ali não tem vez
Muito menos Alencar
Dostoievski nem se fala
Zé Lins é coisa vulgar
Mas o professor comenta
Que tudo sabe ensinar
Eu prezo sempre a cultura
Desde a minha mocidade
Como discente aplicado
Estudei sem vaidade
Por isso mesmo detesto
Tamanha barbaridade
Ao meu querido docente
Um conselho quero dar
Procure ser mais humilde
Ensine sem se exaltar
Porque cultura não é
Qualquer tolice vulgar
Ao meu preguiçoso aluno
Um conselho com lisura
Respeite seu professor
Seja firme na censura
E procure ler bons livros
Se quiser ter mais cultura
Como poeta mostrei
A minha sinceridade
Eu vejo a escola moderna
Completa de veleidade
Sendo assim ninguém aprende
Porque não tem humildade
Eu como poeta vejo
A escola como uma tenda
E peço que o bom aluno
O tal mistério desvenda
Ao invés de tanta briga
Busque a paz como comenda