O meu quadro

Quantas perguntas sem respostas... Quantas respostas que eu não quis ouvir. Quantos gritos abafados, soluços presos por não poder chorar, quantas lágrimas que eu sequer pude derramar. Resignação... Foi só o que eu pude sentir. Quantas noites acordadas inteiras sem a menor vontade de dormir. Dentro uma única certeza... A de não poder pensar em desistir. O sofrimento pede paciência passando por estreitos caminhos sem saber se iremos chegar, porém a força de vontade nos assiste a cair e sempre no próximo passo vem nos levantar. Quanto sonho dentro de mim, morreu antes de nascer... Quantas lágrimas derramei procurando entender... Árduos momentos passei, pensava que nunca iria chegar, consegui, hoje vitoriosa nada tenho do que reclamar! E ele o quadro, sempre ali silencioso à testemunhar. Um objeto simples sem qualquer importância, mas quanta insônia passei, nele vendo cada detalhe e viajando junto com os seus personagens, hoje ele permanece aqui, intacto igual. Eu mudei, parei de chorar, parei de sofrer, mas não esqueço essa paisagem que no decorrer de longos vinte e cinco anos sempre soube a minha visão da alma acolher! Assistiu  a tudo, hoje vê que ficou bem distante o meu sofrer. Não sou materialista, mas como gosto de todos os dias lhe ver. Para mim ela é a tela mais linda e mais perfeita com grande valor sentimental. Hoje ela silenciosamente sabe que eu sou uma mulher bem resolvida e feliz!
Liduina do Nascimento



         (Ao fundo a minha estimada tela)                                            
     
         

 
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Enviado por Liduina do Nascimento em 12/01/2014
Reeditado em 06/05/2016
Código do texto: T4647003
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