O Poeta

O Poeta é senão farol de seu tempo.

Trabalha para que olhos desatentos

Enxerguem o que passa desapercebido.

Pobres poetas...

Sonham em tocar a alma alheia

Enquanto a própria se desintegra em abismos

Num fim que nem o ápice do ódio anseia.

Organizar palavras...

Haverá na terra coisa mais ridícula?

Para o poeta elas valem mais que a vida

Afinal, enquanto vivo é vagabundo

Depois de morto norte do mundo.

Condenado a ser subalterno

Trabalha ávido em cada verso

Para que tenha o direito de dizer

Mesmo na sua ausência.

Karoline Correia
Enviado por Karoline Correia em 12/01/2014
Reeditado em 12/01/2014
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