CRIANÇAS DA NOITE
CRIANÇAS DA NOITE
Lobos famintos uivam ao luar,
Saci-Pererê vive a rodopiar,
Curupira de pé virado a enganar,
Aranhas suas teias a tramar,
Morcegos alados a voar,
Ratos no escuro a farejar,
Fantasmas a amedrontar,
Vampiros sempre a sugar,
No universo imaginário são medos tolos.
Há drogado vendendo tijolos,
Traficantes persuadindo as crianças,
Pedófilo roubando as esperanças,
Assassinos rindo da cega justiça,
E as leis se fazem com preguiça.
O trabalhador banca o maldito ladrão,
Que comanda tudo de dentro da prisão.
Corrupção passou dos limites
E a nação está sentada em dinamites.
Os medos tolos não são os reais da esquina,
Nem estão escondidos atrás de uma cortina;
Os medos de hoje são letais
E estão cada vez mais fatais.
Que saudade de meus medos tolos...
André Zanarella 30-12-2012