HOMEM DO MEU TEMPO...
Sou pessoa
numa sociedade impessoal;
que não sabe refletir nem sentir.
Tudo oco, ilusório, superficial!
Sou pessoa
desamparada e solta numa multidão;
sou número, cifra e estatística…
E um vazio existencial!
Sou pessoa
não aceito ser um lógico-utilitário;
não quero este cotidiano alucinado.
Contra o tédio sorvo um gole providencial!
Sou pessoa
tenho fome do sublime, do digno e da magia;
tenho sede do sutil e do deslumbramento.
Careço de um silêncio confidencial!
Sou pessoa
vivo na busca de um tom confessional;
quero as janelas escancaradas, mãos dadas…
Quero apenas o que na vida for essencial!