Caminho Nordestino
Arraste o resto corpo,
libere seu rastro na terra,
vai semi-morto a comer poeira.
Vai!
Semi-torto a amar o chão,
ao seco pó sussurrar ,
as cantigas do sertão.
Vai!
Surre os pés ao sol,
segue à cata d'água,
leve o magro cão em sua sombra,
enxugue do rosto o descrer e o sal.
Vai!
Bebe a sede que o espanca,
espante o macho fogo
a queimar sua face,
tranque as palavras na garganta.
Arraste a fé, nordestino,
costure a sua rouparia,
esqueça a morte da Maria,
amor só da terra.
Publico abaixo o poético e lindo comentário de Arana do Cerrado, que acabou fazendo parte da obra de tão envolvente:
Pés que tocam realidade soluçada, sem cor, só dor, desejo de fonte pra beber, semear, de sossego pra viver simplesmente... nem descanso na rede precisava, só água, só Vida Senhor!!!!Não sei de onde vem tanta falta, parece até que nas linhas da vida estão escritas Morte. Faltou o quê? Mais fé? Mais procissão com suor carregando andor? Mais silêncio Senhor? Nem pilha pro rádio tenho e assobiar esqueci...esqueci até que há desabafo....poderia ter chorado mais mas secou também meu cântaro, dei de beber aos filhos, aos cães....Não como molhado pra não me orgulhar, engulo seco, é meu destino, nordestino de ser pra desaparecer nas frestas, nos vãos deste chão! De que me adianta o azul do céu com sol de dia, estrelas e luares de noite? Não tenho do que me orgulhar Senhor, meu chão rachou de dor!......... Perdão Dado amado. Ficaria aqui com você nesse lamento sem fim até chover até parar de marejar em seus versos meu querido! Agradecida por tanta emoção! Beijos de boa noite,arana
Arraste o resto corpo,
libere seu rastro na terra,
vai semi-morto a comer poeira.
Vai!
Semi-torto a amar o chão,
ao seco pó sussurrar ,
as cantigas do sertão.
Vai!
Surre os pés ao sol,
segue à cata d'água,
leve o magro cão em sua sombra,
enxugue do rosto o descrer e o sal.
Vai!
Bebe a sede que o espanca,
espante o macho fogo
a queimar sua face,
tranque as palavras na garganta.
Arraste a fé, nordestino,
costure a sua rouparia,
esqueça a morte da Maria,
amor só da terra.
Publico abaixo o poético e lindo comentário de Arana do Cerrado, que acabou fazendo parte da obra de tão envolvente:
Pés que tocam realidade soluçada, sem cor, só dor, desejo de fonte pra beber, semear, de sossego pra viver simplesmente... nem descanso na rede precisava, só água, só Vida Senhor!!!!Não sei de onde vem tanta falta, parece até que nas linhas da vida estão escritas Morte. Faltou o quê? Mais fé? Mais procissão com suor carregando andor? Mais silêncio Senhor? Nem pilha pro rádio tenho e assobiar esqueci...esqueci até que há desabafo....poderia ter chorado mais mas secou também meu cântaro, dei de beber aos filhos, aos cães....Não como molhado pra não me orgulhar, engulo seco, é meu destino, nordestino de ser pra desaparecer nas frestas, nos vãos deste chão! De que me adianta o azul do céu com sol de dia, estrelas e luares de noite? Não tenho do que me orgulhar Senhor, meu chão rachou de dor!......... Perdão Dado amado. Ficaria aqui com você nesse lamento sem fim até chover até parar de marejar em seus versos meu querido! Agradecida por tanta emoção! Beijos de boa noite,arana