PREDADORES CEGOS

Há um vulcão a espreita em cada esquina,

Quando como predadores nos encontramos

E a essa demência sensual nos entregamos:

Cuido pisar um chão de disfarçadas minas

Um artefato orgástico prestes a implodir

Guia-nos nos labirintos da ilusão

Sobre a tremula ponte da razão

Corremos enlouquecidos e cegos ao porvir

Será um abismo essa interminável fonte?

Essa sensação onde a emoção é filha?

Será destino essa atraente armadilha?

Um cético olhar delineando um novo horizonte?

Desesperados a consumar arbítrios

Livres a pincelar encantos impróprios

E prisioneiros da luz dos desejos sórdidos

No amar atroz de cometer delitos.