MEUS GRITOS
(Sócrates Di Lima)

Não grito para ninguém ouvir,
E nem ouço ninguém gritar,
Meu olhos mudos,
Faz minha boca surda,
E eu não posso fingir,
Nem chorar,
Porque se em algum lugar,
Alguém me escutar,
Sei muito bem pra onde voar,
Se minhas asas em voo içar.
Não grito para ninguém ouvir,
Nem canto para alguém dormir,
Por tudo, quanto, pude me permitir,
Não posso fingir o que penso sentir.
Deixei meus versos soltos,
Já não tenho saudades presas,
Nem ondas altas em mar revolto,
Mas tenho meu veleiro com certeza,
Que voa ao longe, mas depois eu volto.
Quando abro minhas janelas,
E deixo perfumes de flores entrar,
Ouço pássarosa gorjear,
Na varanda do meu próprio sonhar.
Abro também as portas de mim,
Deixo entrar e sair minhas emoções,
Mas quando chega a noite ouço um queribim,
Vestido de borboleta nas minhas razões.
E então me sento no meu próprio tempo,
A margem da estrada das minhãs ilusões,
E se me sorris eu canto em exaltaçao,
O cântico do amor sob tantos perdões.
E se eu gritar,
Na escuridão dos meus ais,
Certo é que ninguem há de me ouvir chorar,
Nem pousar nos meus quintais.
Longe de mim, eu bem sei,
Olhares que eu não vejo,
E sequer a outros olhos cheguei,
Porque do Eu de mim, ainda, não me libertei.
E se por acaso eu chamar,
Com as vozes vibrantes do meu coração,
Sigo em frente, aonde o amor me chamar,
E meus gritos serão ouvidos
Como gemidos,
 no mundo escondido, das minhas excitações.


 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 10/01/2014
Código do texto: T4644772
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