UM ROSTO DE DESESPERO!
Mora nas ruas da podridão
Come dos sujos caixotes de lixo
Abraça apenas a vil solidão
Envolto num manto de escuridão
Que até lhe chamam de trapo...de bicho!
Dizem que é pobre e nojento
Que culpa ele tem em ser assim?
É o seu destino, é o seu tormento
Que não tem mais luz, nem tem firmamento
E aguarda somente que chegue o seu fim!
Os bancos à beira da velhinha estrada
Servem-lhe de cama para ele dormir
É neles que espera pela madrugada
E embala seus sonhos, envoltos no nada
Olhando uma estrela, no céu, a luzir!
Foi Deus que escolheu esse triste fado
Creiamos ao menos, que haja alguém que faz
Com que se veja um sorriso em seu rosto gravado
Porque o seu semblante de tão desesperado
Quase não permite…que ele volte atrás!
E os dias bem tristes, ele vai passando
Porquanto, faminto, à chuva, ao frio ou calor
E tu, que por ele passas, de quando, em quando
Só o vês de olhar em pranto, implorando
A mais que não seja…por um pouco de amor!