PERCEPÇÕES

É no calor que eu desejo o frio

Na abstinência que eu desejo o cio

Na solidão eu desejo você

Na escuridão é que eu desejo a luz

Quando há vida, a morte me seduz

E te ganhando quero te perder.

Dias de guerra, eu desejo paz

Quando tem menos eu desejo mais

Na sua ausência quero sua pele

Quando tem céu, eu desejo o inferno

Na primavera quero mais inverno

E te atraindo, quero o que repele.

Aconchegado, não quero abrigo

Sem ser culpado desejo o castigo

Sou uma abelha produzindo fel

Na tempestade quero um dia ameno

E sendo grande quero ser pequeno

De sua boca emana leite e mel.

Estando a pé desejo muito um carro

Os meus pulmões querendo outro cigarro

A minha mão esperando a sua

Quero que o que era calmo se revolte

Se vai partir eu não quero que volte

Sua beleza eclipsou a lua.

Ao meio dia quero madrugada

E tendo tudo eu desejo nada

Mas sem você tudo é só desejo

Não tendo ópio quero heroína

Na pele clara quero melanina

Complete minha boca com seu beijo.

Na esperança quero desespero

Na vida quero sempre mais tempero

Na cama quero você ao meu lado

No silêncio eu quero decibéis

Ser esmagado por milhões de pés

Em suas palavras quero ser falado.

Quero viver uns oitocentos anos

Você é a meta de todos meus planos

Meu mundo gira em torno de você

Faço roteiros com milhões de cenas

Eu te dedico todos os meus poemas

Mas você simplesmente não quer perceber...

Weverthon Siqueira
Enviado por Weverthon Siqueira em 09/01/2014
Reeditado em 07/11/2021
Código do texto: T4643037
Classificação de conteúdo: seguro
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