Naipes Baixos!

Cartas embaralhadas, desembaraços, vazas,

Fugas extensas para acordes provincianos,

Deita a grama com a força do vendaval,

Estiagem de desejos, prazeres em conservas,

Mal a roupa ajambradas, janelas postiças,

Boca seleta para frases mal acolhidas,

Ah! Como me ardem os olhos tão cansados...

O mal que se avista na pele sempre fria,

Agulhas espetam o cérebro tão pontiagudas,

Ah! Como me ardem as faces na lágrima convulsa,

A ponta trêmula do lábio não terá o beijo,

Noite ou dia, apenas os sopros da solidão,

Na vontade de tudo parar, parando quase tudo,

Abriu a porta & saiu, mal olhou para trás,

O ar trafega com a fumaça do cigarro,

Mais um café, olhando as gotas da chuva!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 26/04/2007
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