Haja desgraça, no ar da graça.
O que devo falar de mim sem saber do fim?
Transferindo a simplicidade para velhice,
e a sandice para a velhaquice,
O perdão sem o sermão, Perdem e dão, na ânsia de ser humanos de pé no chão.
Sozinho no caminho, caminho,
vértice sombras, veste-se coragem.
Quando ando, remo o horizonte em passos,
o vento que rebenta no meu peito é o mesmo que refrigera meu leito.
No instante de carma, se arma para assaltar o entusiasmo,
no alpendre da alma as luzes dos vaga lumes, dias incólumes,
a natureza e sua cria em volumes, destruição dos abutres imunes.
O que dizer do sincronismo do tempo enlaçando os dias?
Não diga nada, só não desista de existir por tão pouco,
mesmo com a fala manca e cega e a visão com um timbre tão rouco.
O que vejo, desejos,
O que sinto, sucinto.
Existo por isto, vivo por aquilo,
invento lamento, clama reclama,
ama lama, ora chora.
Haja desgraça, no ar da graça.