Aquele Nosso Tempo
Teci sonhos em teias frágeis
Desenhei paisagens e quimeras vagas
Esperei por eras os braços teus enlaçarem os meus
Esperei...
Vasculhei o tempo de nossos dias
Perdi o fio de nossas ideias
O fio que nos unia
O fio dos nossos sonhos...
Ou seriam apenas meus fios em um emaranhado de rios?
Olhei nos espelhos de nossos risos
do passado raro
dos rastros que deixamos um dia
dos beijos levados pelo vento
E o tempo demora em mim
seus olhares de mim
Só a falta do nunca mais
do prenúncio certo do fim
do aviso de que nosso tempo se foi
sem depois
sem outrora
e se por hora decides chorar
e se por horas a fio lamentas
não me culpes
não me cobres
pois em outrora fui eu quem tentou regar as sementes mortas
de um algo que nunca vingou
sementes frágeis de amor
lançadas em solo calcificado de desdém e dor