Aquele Nosso Tempo

Teci sonhos em teias frágeis

Desenhei paisagens e quimeras vagas

Esperei por eras os braços teus enlaçarem os meus

Esperei...

Vasculhei o tempo de nossos dias

Perdi o fio de nossas ideias

O fio que nos unia

O fio dos nossos sonhos...

Ou seriam apenas meus fios em um emaranhado de rios?

Olhei nos espelhos de nossos risos

do passado raro

dos rastros que deixamos um dia

dos beijos levados pelo vento

E o tempo demora em mim

seus olhares de mim

Só a falta do nunca mais

do prenúncio certo do fim

do aviso de que nosso tempo se foi

sem depois

sem outrora

e se por hora decides chorar

e se por horas a fio lamentas

não me culpes

não me cobres

pois em outrora fui eu quem tentou regar as sementes mortas

de um algo que nunca vingou

sementes frágeis de amor

lançadas em solo calcificado de desdém e dor

Lais L S
Enviado por Lais L S em 09/01/2014
Reeditado em 11/01/2014
Código do texto: T4642374
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