impermanência
deixar fluir o sorriso
aberto, largo, puro
deixar fluir...
pois todo sorriso pára
se eterniza, se avoluma
íngreme e suave
nas paredes
e nos alicerces da eternidade
sorrir sorrisos
rir o riso
riscando suavemente
na pele do tempo
deixando cicatrizes
sorrir
sorrisos
na dança
da impermanência
que se enraiza
por entre os voos
perante o crivo
perante o testemunho
dos terrenos
onde o sêmem do belo
se aloja latente
se potencializa
se fecunda
por entre os poros substanciais
da alma de um poema