Melancolia

Saio à noite a caminhar pelo calçadão.

Meus pensamentos estão turvos...

Sento-me na murada e avisto o mar.

O vento forte assanha meus cabelos

E escuta meus murmúrios solitários.

Minha imaginação vagueia sem lume

Enquanto a lua namora o oceano,

Despejando seu brilho sobre as ondas...

Ao longo das águas navios desfilam

Bocejando saudades diante do tempo...

A solidão é uma intempérie das horas

E os minutos seguem seu destino

Acossados por desejos sussurrados

Que o prazer desenha em faces ocultas...

Minha visão alcança o horizonte vazio

Coberto por nuvens claras que sorriem

Perante a majestade do silêncio lúgubre...

Aqui e ali torvelinhos gigantes ameaçam

A tranquilidade dos segredos confiados

À imensidão noturna... Estou sonolento!

Levanto-me... Olho para todos os lados

E percebo que estou só... A cidade dorme!

Ponho meus pés sobre a areia e corro!

Corro em ziguezague sazonado pelos

Açoites que me perseguem ... Procelas!

Vertentes de forte tempestade mudam

O cenário e as estrelas se escondem...

Do firmamento descem espessas gotas

De uma água que representam gritos

De melancolia... É a natureza pranteando

O infortúnio dos homens que deixaram

Que os olhos secassem diante do mundo!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 09/01/2014
Código do texto: T4642252
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