CANTO REVELADO * Sangue antigo, sangue meu!
Sangue deste sangue sou.
Sangue herdado, sangue antigo.
Sangue que se derramou
e a terra-mãe empapou
em sacrifício e castigo.
Sangue antigo, sangue herdado,
farol que nunca se apaga.
Rio na terra cavado,
no impulso desesperado
que se dá e tudo alaga.
Sangue das minhas entranhas,
pulsando nas correntezas
de perigos e artimanhas,
entre mitos e gadanhas
de antemanhãs de incertezas.
Sangue antigo, sangue meu,
sangue que jorra da fonte
que já banhou Prometeu
e garante que sou eu
quem rasga o meu horizonte.
José-Augusto de Carvalho
8 de Janeiro de 2014.
Viana * Évora * Portugal