O Lamento do Não Existir
Roubava as escuras de tua sombra,
As memórias que sangravam de teus olhos.
Não me notava mas aos poucos eu roubava tua alegria,
E de esbolço, começara a copiar tua forma.
Sempre desejei a cor que exalavam de teus olhos,
E os sonhos que os pobres que te amavam
Dedicavam a ti,
Talvez se eu tivesse um nome, fosse tão bela quanto ti,
E não vivesse abaixo de teus pés,
Resta-me somente as sobras de luz que não queres,
E o cansaço amargo dos corpos velhos que vais deixando no caminho,
Lavo teus pés com a minha agonia,
Mas a mim, a unica voz que consigo ouvir,
É teu silêncio injusto do meu não existir,
Talvez se existisse não fosse tão triste,
E pudesse olha para trás e ver uma pobre e solitária sombra,
Mas não ficasse triste,
Pois saberia que ela não era eu.