O FUGITIVO
Quando às vezes eu sumo
ninguém ninguém me encontra
muita gente anda às tontas
mas nada do meu sumo
Quando às vezes me vou
não deixo marca pista
tento não dar na vista
misterioso voo
Quando às vezes eu parto
trilha indício não há
sigo leve no ar
de todos sempre farto
Quando às vezes me oculto
vulto viro depressa
minha mente conversa
consigo, estranho culto
Quando às vezes eu corro
num canto não sossego
carona jamais pego
a mim mesmo socorro
Quando às vezes me mando
quem sabe do meu rastro?
estou talvez num astro
sozinho, em contrabando
Quando às vezes eu fujo
inútil a procura
livre na cela escura
brilhando de tão sujo
(Do livro CONCERTO Nº 1NICO EM MIM MAIOR PARA PALAVRA E ORQUESTRA. POEMA - 1.º MOVIMENTO)