Um trago de estrago
Me diz agora o que te falo, o que ficou, se ainda levo, ou se já te trago.
Deixa eu te procurar neste copo raso e te engolir num só gole junto ao afago desta cachaça. E mesmo que seja em vão tudo aquilo que eu faça, encontro o descanso dos teus braços no torpor da embriaguez e teus beijos em bocas de garrafas.
Então você desvanece aos poucos na fumaça dos cigarros, e quando tudo passa estou no chão, junto ao cuspe de teu pigarro.
Aos pouco o dia nasce, o bar vai ficando cada vez mais vazio, então peço ao garçom que, por favor, não deixem que abram as janelas. Prefiro a escuridão ao meu lado. E se não for pedir muito me traga de volta uma farta dose de noite porque o amanhã é somente estrago.