[Estranho querer]

Às vezes, eu me sinto

afetivamente,

emocionalmente

sensualmente,

sexualmente,

um moribundo

um perdido

emaranhado

nas carências...

Nessas horas,

pode surgir alguém

que me pinga nos lábios

algumas gotas de atenção,

de carinho, de promessas...

Mas fico em guarda:

sei que são apenas sádicas gotas,

coisa de quem vive e se nutre

do espetáculo do sofrimento alheio!

É um estranho querer,

e quase sempre acerta

na carência mais aguda!

Nada a fazer: poeta eu sou!

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[Ilhabela, 29 de dezembro de 2013]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 07/01/2014
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