[Estranho querer]
Às vezes, eu me sinto
afetivamente,
emocionalmente
sensualmente,
sexualmente,
um moribundo
um perdido
emaranhado
nas carências...
Nessas horas,
pode surgir alguém
que me pinga nos lábios
algumas gotas de atenção,
de carinho, de promessas...
Mas fico em guarda:
sei que são apenas sádicas gotas,
coisa de quem vive e se nutre
do espetáculo do sofrimento alheio!
É um estranho querer,
e quase sempre acerta
na carência mais aguda!
Nada a fazer: poeta eu sou!
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[Ilhabela, 29 de dezembro de 2013]