A última poesia...

A minha última poesia
nem sei se já a fiz...
Nem se ela esta atrelada
as dores que estão em mim,
nem nos tropeços na estrada
nas pegadas que somem
levadas pelos ventos
que acompanham sorateiramente a mim...
Não sei se a última palavra foi dada,
se houve o bater do martelo,
minha sentença foi julgada
e devo parar...
Pena sob o braço
sem abraços, cumprimentos e afetos
exilar-me de mim num silêncio pétreo!
E deixar-me assim esvair...
Não sei se minha poesia é dependente
daqueles que se tornaram desafetos!
Não sei e em não saber me calo!
Tenho ainda esperanças
que das flores ainda colha suas pétalas...
E que as marcas de espinhos
sejam lembranças outras
que eu nem me lembre num futuro próximo!
Nem sei se já fiz meu último verso
e por não saber eu me calo!
E no silêncio da espera,
espero que isto seja uma gravidez
de um futuro e belo feto!
Não sei... E nada sabendo espero
que tudo que sinto seja tão apenas
uma tensão pré-parto!

Edvaldo Rosa
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25/04/2007