Equilíbrio

Ele bambeava por entre os espaços daquele caminho.

Não havia corrimão, coisa alguma em que se apoiar.

Retorcia o corpo, cambaleava por entre os acidentes geográfico

da vida.

Nada o detinha, nada o mantinha, nada assegurava

sua felicidade.

Tempos difíceis: passos incertos, imprecisos, ousados.

Avistou suas próprias ramas, fortificadas pela persistência

em se manter

Somaram-se a ele meros espectadores, involuntários

da existência peregrina.

Sorriu diante de seu próprio equilíbrio

e percebeu que a sua realidade não era, de fato, ruim.