ELA TINHA RAZÃO
Foi forte assim
que ela teve
que olhar
de novo
pro alto
achar onde
segurar
sem braços
apoiados
que estavam
mantendo lugar
sagrado que era
primavera
desabrochar
de instantes
quando tocada
pela ópera
precisa
de violinos
e arpas
pianos e flautas
maestro
da última sessão
que vai terminar
tão logo
ela pede
continue
nada impede
que encerre
transe sonoro
sua boca
semi aberta
ainda que aberta
é cega
pode sentir
volume
cortinas levantam
finge não ver
segredo é
uma mentira feliz
qual deva ter
outro envolvido
que tenha
ouvidos
faz renascer
esplendores
do que sejam
tais dores
porque gritas
aflita
são espasmos
de algo
reservado
por isso
amado que foi
desde o início
pra isso
chegar
a ter um fim
quase morro de mim
porque nasço
de você
esta noite.