DESVESTIR PRA TER

Abrigos

antes nossos

sobre chão

derretidos

invenenados

parecem deitados

ainda suados

sem nós

possuidos

de alguma forma

que deixamos

quando

ensaimos

como queríamos

ficar

tapete estrada

desenhada

intimas peças

surreais

em volta

quadro ainda vivo

porque vivo

rumina

antes de engolir

saliva que busca

querer salvar-se

face descoberta

de pureza

mostra beleza

que amar

é um calor

farol

distante

que pede

em olhos

que refletem

pira acende

e leva

conhecer

todo amanhecer

do cultivo

de tal fruto

que precisa

ser consumido

pra viver.