A RUA (Passando pela velha Cidade de Goiás)
Uma rua silenciosa
Pedras pisadas por passos
Apressados
De trabalhos tantos
E de amores vários.
Uma rua deserta na noite
Lua testemunha de juras
Eternas
Ou não.
Somente uma rua vazia
Casas antigas e janelas ouvintes
De pedras que contam histórias
De escravos e de negócios
Agora dorme.
Agora ó caminhante noturno
Contemple meu passado
E traga seu presente.
Admire minha moderna luz
Que ainda assim assombra a noite
E corações apaixonados
Que aqui transitam suplicantes.
Uma rua silenciosa
Que outrora fora de largos passos
Agora dorme a solidão do presente
E adormece nos caminhares antigos
Silenciados e adormecidos
Nos livros agora amarelos
E guardados nas estantes.
Uma ruazinha somente
Liga aqui ao acolá
E gente passa
E gente ri
Chora e comemora
Por mim sobram histórias
Tão somente.
Cumpro de ligar, meu destino
De conduzir e lugares juntar
Tão pequenos
Tão longínquos
Tão memoráveis
Acolhendo lágrimas e sorrisos
E tudo quando deixam cair nas minhas pedras
Ainda sólidas e penitentes.
Restou-me ser uma rua
Somente.