UM POEMA À MÉDIA-LUZ!
Agora, que a tarde se vai, eu faço jus
À noite que vem vindo aqui na aldeia
Acendo como outrora uma candeia
E faço o meu poema à meia-luz!
Entrego pedaços do meu fado, dessa cruz
Que quero esquecer, mas não consigo
E então partilho um pouco, aqui contigo
Desses espinhos, que também carregou Jesus!
É ténue a chama da vela, que ilumina
A mesa na qual escrevo essa tal sina
Mas dá pra perceber o documento
Ainda que as palavras sejam raras
Há uma solidão com que deparas
E um olhar cheio de grande…sofrimento!