apanhado
das coisas que
se guarda,
panela, esmalte
retrato,
cédulas e postais
estratos
em nada se compara
à lembrança que não
se exala
que nos drena de
um abismo
o que na carne torna
pathos;
das coisas que fascina
a janela me impressiona
tanto pelo pelo o bom acabamento
de sua esquadria
quanto pela animosidade;
por pão e água,
descer ruas inteiras
e ser indefensável como formigas
e como uma fábrica
de aguardentes,
destilar,
destilar á palavra a ser conquistada
pela sua falta cartesiana
e pelo mistério
que não se fala
se
a arte
essa amiga
inimiga
pega o bonde
e se impõe
adeus,
a esse mundo
de zubi e solidão
aprende-se sentindo
o que se vê
o que se lê
das coisas lindas
a bahia é a mais linda
esse medo
de ser eu mesmo
de aprender, de cre
das coisas que tenho
medo
é de sentir
que as coisas são
impõe-se
o limite
o outro
fonte de poder
ou é arroto?
entre o despertar
e o outro,
ou será esgoto
eu, grávido de
mim mesmo
peço socorro;
entre na cidade enterna
com seu baile faminto
seu gosto de terra
os pés descalsos
e na varanda
cumpra o ritual de saber
da chuva acordada
dos arames rompidos
da jaula consomida
e dance,
como um buraco negro sabando
a dificil arte de ser
nas pernas a lascidão do corpo
polida dia após dia
com o formão da palavra
do verso cavoucado
na abismada poesia
cavoucar
arte tenebrosa
ou cavar
como um operário
descer no limite
armar-se se de palavras
cavoucar
profundamente
e na obscuridade
da sombra
abrir
( a carne?
entremeada de veias
e veneno
e acender as candeias,
do monstro
o gesto mais tenro
de caneta
na mão
encantá-lo
com o movimento
da mão