apanhado

das coisas que

se guarda,

panela, esmalte

retrato,

cédulas e postais

estratos

em nada se compara

à lembrança que não

se exala

que nos drena de

um abismo

o que na carne torna

pathos;

das coisas que fascina

a janela me impressiona

tanto pelo pelo o bom acabamento

de sua esquadria

quanto pela animosidade;

por pão e água,

descer ruas inteiras

e ser indefensável como formigas

e como uma fábrica

de aguardentes,

destilar,

destilar á palavra a ser conquistada

pela sua falta cartesiana

e pelo mistério

que não se fala

se

a arte

essa amiga

inimiga

pega o bonde

e se impõe

adeus,

a esse mundo

de zubi e solidão

aprende-se sentindo

o que se vê

o que se lê

das coisas lindas

a bahia é a mais linda

esse medo

de ser eu mesmo

de aprender, de cre

das coisas que tenho

medo

é de sentir

que as coisas são

impõe-se

o limite

o outro

fonte de poder

ou é arroto?

entre o despertar

e o outro,

ou será esgoto

eu, grávido de

mim mesmo

peço socorro;

entre na cidade enterna

com seu baile faminto

seu gosto de terra

os pés descalsos

e na varanda

cumpra o ritual de saber

da chuva acordada

dos arames rompidos

da jaula consomida

e dance,

como um buraco negro sabando

a dificil arte de ser

nas pernas a lascidão do corpo

polida dia após dia

com o formão da palavra

do verso cavoucado

na abismada poesia

cavoucar

arte tenebrosa

ou cavar

como um operário

descer no limite

armar-se se de palavras

cavoucar

profundamente

e na obscuridade

da sombra

abrir

( a carne?

entremeada de veias

e veneno

e acender as candeias,

do monstro

o gesto mais tenro

de caneta

na mão

encantá-lo

com o movimento

da mão

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 05/01/2014
Código do texto: T4636940
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