obscuridade
entre na cidade enterna
com seu baile faminto
seu gosto de terra
os pés descalsos
e na varanda
cumpra o ritual de saber
da chuva acordada
dos arames rompidos
da jaula consumida
com a mitificação inversa
e dance,
como um buraco negro sambando
a déficil arte de ser
nas pernas a lacidão do corpo
polida dia após dia
com o formão da palavra
do verso cavoucado
dia e noite
na obscuridade
da vida