Devasso


Enquanto, por todo teu corpo, célere caminho,
Extasiado com cada detalhe de tua geografia,
Que procuro descrever a sussurrar em poesias,
Em teus ouvidos, onde murmuro com carinho.
Já me deleitei com o doce leite de teus seios,
Que por tanto tempo suguei, ávido, infante,
Abastecendo-me para seguir abaixo, adiante,
E ora me encontro pronto, teso e sem receios.

Caminharei assim por teu ventre, passo a passo,
Detendo-me porém em teu umbigo, onde com beijos,
Enfim acalentarei minha sede, mas não o desejo
Que sinto de ti, sem nem mesmo saber o que faço.
Quando chegar então ao oásis de teu sacro regaço,
Ali me deterei, a sugar o néctar por tempo infinito,
Maná que por tanto tempo ansiei, constrito, aflito,
Julgando até mesmo que o queria por ser devasso.

Encimarei cada de tuas nádegas, montanhas gêmeas,
Resplandecentes ao sol que ora se põe, lusco da tarde,
E as beijarei, uma a uma, aos pares, contido alarde,
Feliz ao ver-te, enfim, sentindo-te minha e fêmea.
Beijarei cada uma de tuas coxas, joelhos, pernas e pés,
Mostrando-te que te amo, acima de todos e de tudo,
Não sendo um devasso, mas homem que ama, contudo,
E que, sobretudo, te ama, acima de tudo, com muita fé.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 04/01/2014
Reeditado em 28/03/2016
Código do texto: T4636482
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