Minha maluquinha


Quando assim caminha, como agora,
Nas pontas dos pés, como bailarina,
Por sobre a cama, onde me ensina
O quanto aprendeu, mundo afora.

Alternando “pás-de-deux” e voluteios,
Com passos ora firmes, ora vacilantes,
Vem em minha direção mostrar, amante,
Toda arte assimilada, sem qualquer receio.

Em seu rosto, estampado franco sorriso,
Da felicidade sentida e que exterioriza,
A cada passo com quem me martiriza,
A lhe aguardar, sem pudor e sem siso.

Lentamente, a cada passo vai se despindo,
Das poucas peças de roupa que ainda veste,
E ao se me mostrar toda nua, ainda reste
Essa face de maluquinha, ao amada, sorrindo.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 04/01/2014
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