Malamar
Minha mão se estendeu no vento, meu bem
E, veja, outra vez estou tangível,
Anatômico,
Anacrônico,
Humano.
Dou teu toque ao gesto mais infantil
E recorro ao teu profundo instinto-blues.
Escrevo-te o verso mais vil,
Pernóstico,
Insipiente,
Acidental,
Tímido.
Por fim, te desconstruo
Estou em plena posse de minha ira:
Acumulo-me ao teu redor, mas sou invisível
Pois, no fim, sou homem medíocre e desolado:
Pobre, incongruente, sem qualidades.
Mas esse amor com cheiro de corpo, lúgubre e imprestável
Somente eu te ofereço nesse minuto desperdiçado.