Malamar

Minha mão se estendeu no vento, meu bem

E, veja, outra vez estou tangível,

Anatômico,

Anacrônico,

Humano.

Dou teu toque ao gesto mais infantil

E recorro ao teu profundo instinto-blues.

Escrevo-te o verso mais vil,

Pernóstico,

Insipiente,

Acidental,

Tímido.

Por fim, te desconstruo

Estou em plena posse de minha ira:

Acumulo-me ao teu redor, mas sou invisível

Pois, no fim, sou homem medíocre e desolado:

Pobre, incongruente, sem qualidades.

Mas esse amor com cheiro de corpo, lúgubre e imprestável

Somente eu te ofereço nesse minuto desperdiçado.

Welliton Oliveira
Enviado por Welliton Oliveira em 03/01/2014
Código do texto: T4635211
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