O mel de teu corpo


Ainda hoje, quando tantos anos se passaram,
Sinto o calor de teu corpo, latente e presente,
que permaneceu em meu corpo, mesmo ausente
de teu cálice, por momentos em que se amaram.

Ainda sinto o sabor de teu néctar, puro absinto,
Que me inebriou por tantas manhãs e tardes,
Após noites de intenso amor que, sem alardes,
Vivemos, buscando o prazer que ora ainda sinto.

Este reviver de emoções, de sentimentos puros,
Que permaneceu para sempre em minha boca,
Mesclado ao de te sentir entregue, como louca,
E que se perpetua até hoje, quando já maduros.

Nos limiares de teu corpo encontrei afinal o céu,
Nos recônditos de teu corpo amado, o acalanto,
Com o sorriso franco mesclado ao exangue pranto
Ao ver-me sorver, em tua própria taça, teu mel.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 03/01/2014
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